VA_3_01_69.3Q Gosto de viver na minha cidade. Gosto das ruas largas, com árvores plantadas ao lado da pista. Adoro os parques da Varsóvia, cada um com o seu estílo próprio. A minha actividade favorita durante o verão é sentar-se num banco com um jornal, beber um bom café e observar as pessoas que aproveitam do sol. Se tenho mais tempo, tomo a minha bicicleta. Bastam 30 minutos para chegar a um parque nacional, uma mata verdadeira, no caminho, às vezes estou surpreendido de ver um pequeno quintal situado entre os prédios da cidade, onde um lavrador continua a plantar as suas batatas e cenouras. Gosto das ruas largas, como disse, também porque a abrem as perspectivas. A planície onde fica a nossa cidade possibilita-me ver muito longe. Num dia de sol, tenho a impressão que estou a ver toda a cidade /quase/ não há colinas que impediriam isso. Gosto do meu bairro, da minha casa, onde a maioria dos moradores permanecem no mesmo sítio, onde sempre moravam. O meu apartamento, por exemplo, foi habitado pelos elementos da minha familia desde a sua construção. Os vizinhos convivem, e sabem bem o que se passa nos outros apartamentos. Gosto do nosso rio, da ribeira do lado direito da cidade, que permanece desahabitada, natural (agora protegida por uma reserva natural). É um reino dos aves e pescadores amadores. Até gosto do nosso transporte público – do comboio suburbano, que durante o outono está cheio de cestos de cogumelos e frutos silvestres. Gosto dos mercados de lavradores, espalhados por toda a cidade. Adoro a cidade coberta de <(…)> neve, no inverno. Todas as imperfecções ( /às quais/ os varsovienses se queixam) desaparecem debaixo da neve. A Varsóvia reduz a velocidade com que vive. Em resumo, gosto da minha cidade porque parece uma aldeia.