Sobre as representações fonológicas de uma alternância complexa do búlgaro, Gueorgui Hristovsky
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A alternância C’a ~ Ce do búlgaro tem atraído a atenção de vários estudiosos da linguística sincrónica, diacrónica e da dialetologia. Esta alternância é composta por, pelo menos, quatro mudanças: palatalização, mudança de uma estrutura abstrata para [a], num determinado contexto, e duas mudanças da mesma estrutura abstrata para a vogal [e] em outros dois contextos. Os contextos e as exceções encontram-se bem descritas nas gramáticas do búlgaro e nos primeiros estudos generativos (Scatton, 1975 e 1984). Num primeiro trabalho (Hristovsky, 2001), procurei descrever as alternâncias numa perspetiva autossegmental e em artigos posteriores (por exemplo, em Hristovsky, 2005) foi aplicada uma abordagem na perspetiva da Teoria da Otimidade (Prince e Smolensky, 1993, [2002]), mas sempre com dados do dialeto de Sófia. 

A Fonologia Autossegmental (Goldsmith, 1990), a Especificação Combinatória (Archangeli & Pulleyblank, 1994), a Geometria de Traços e a Teoria da Otimidade (TO) permitem-nos propor uma representação subjacente na qual os traços [+aberto] e [coronal] vocálico não podem coocorrer na mesma vogal, mas podem coocorrer apenas como traços flutuantes no mesmo morfema. Esta representação ou input, como é denominada em TO, é submetida a pressões diferentes, dando origem às mais variadas representações fonéticas (outputs). 

Nesta apresentação, irei descrever as principais forças em conflito, procurando contribuir para um melhor entendimento dos mecanismos que governam as alternâncias no dialeto de Sófia e em outras variedades.